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Vício no Trabalho | Neste momento de pandemia em que todos os sentimentos estão à flor da pele, muitas organizações encontram-se em constante adaptação por conta dos impactos da crise da COVID-19. Com isso, o cuidado com os colaboradores deve ser redobrado, pois a multitarefa e o receio em perder o emprego pode tomar conta da vida pós-expediente. Diante disso, Rebeca Toyama, especialista em estratégia de carreira, alerta sobre um distúrbio muito comum que se manifesta ainda mais nessa época: o vício em trabalho e o quão prejudicial ele é para a saúde mental e física, além das relações interpessoais.
De acordo com uma pesquisa realizada pela empresa Board of Innovation, que mostra como as empresas estão se adaptando ao novo “normal” causado pela crise do novo coronavírus, foi identificado que haverão mudanças positivas no mundo corporativo, porém a volta à normalidade será lenta e os profissionais, assim como os empreendedores, terão que se reinventar. Novos hábitos e comportamentos já incluídos em nosso dia-a-dia vão continuar, como o trabalho remoto, equilíbrio entre trabalho e vida social e o maior consumo no e-commerce, por exemplo.
A incerteza do que vai acontecer nos próximos meses é um fator que preocupa os profissionais neste momento, pois sabemos o quanto a crise está impactando nas empresas, aumentando a demanda dos colaboradores e até elevando a taxa de desemprego, além da falência dentro das organizações. Como consequência, muitos profissionais estão assumindo demandas maiores e rotinas mais intensas para se sentirem seguros em relação a seus empregos. Criando assim o vício no trabalho.
O termo workaholismo se designa para pessoas viciadas por trabalho e é um dos poucos vícios em que a sociedade valoriza e as pessoas rapidamente admitem e até se orgulham em alguns casos. No entanto, é tão prejudicial quanto qualquer hábito fora de controle ao prejudicar o convívio familiar, as relações interpessoais e a vida fora da atividade profissional, como o estudo e o lazer.
Para a especialista, neste distúrbio os profissionais se entregam ao trabalho a ponto de se esquecer da vida após o expediente. Muitos fazem isso e não se dão conta do quão é ofensivo para a vida social e do quanto até o sono pode ser impactado. “Os profissionais ficam tão imersos no trabalho que tem pouco tempo para investir nas outras áreas da vida, resultando em mais conflitos conjugais e podendo até desencadear depressão, estresse, insatisfação com o trabalho e outros problemas de saúde”, alerta Rebeca.
A busca por uma carreira e vida financeira estável é apenas um dos aspectos, mas em geral não é o que desencadeia o transtorno, pois inconscientemente a maioria do público workaholic precisa se sentir produtivo para que tenha algum valor, portanto, quanto mais trabalhar, mais valor sentirá que tem, aumentando o vício no trabalho.
“Muitos acreditam que a melhor maneira de ser responsável com seus familiares é trabalhar muito e se sacrificar no trabalho. Quando na realidade, a família acaba se sentindo ressentida pelo fato do trabalho estar em primeiro lugar”, explica a especialista.
Rebeca saliena que as empresas precisam estabelecer um vínculo de confiança com o colaborador, organizar momentos de cafés virtuais em um determinado dia da semana para a troca de ideias e momentos de descontração, tudo para que o profissional possa se sentir acolhido neste momento difícil. “As organizações precisam ser humanas neste momento e mostrar a importância daquele profissional na empresa é essencial e traz muitos benefícios para a vida profissional e social do colaborador”.
A especialista em estratégia de carreira traz 5 dicas para ajudar as empresas a contribuir com seus profissionais:
1) Deixe claro metas e objetivos: Entenda quais são os fatores que estão atrapalhando o profissional, converse e juntos pensem em uma nova estratégia para as demandas;
2) Estresse e Insatisfação: Mostre para seu colaborador o interesse em ajudar, ouça o que ele tem a dizer e tente mostrar que todos estão sendo impactados pelo o que está acontecendo;
3) Perfeccionismo: Muitas vezes o colaborador quer ser produtivo e deixa de lado suas necessidades básicas. Demonstre a importância da qualidade de vida e do bem-estar para uma boa entrega de resultados;
4) Ansiedade, depressão e indícios de Burnout: Promova ações junto a sua equipe para que esse quadro não se amplie: treinamentos e workshops sobre gestão de mudança, aumento de qualidade de vida e redução de stress são muito efetivos nesse momento;
5) Ferramentas: Certifique-se que sua empresa forneceu aos seus colaboradores as ferramentas necessárias para lidar com esse momento. Como o cenário é novo, o colaborador muitas vezes não consegue identificar isso sozinho.
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